algum tempo depois

Quase dez anos depois, volto a escrever aqui.

Muita coisa aconteceu, muita coisa mudou e muita coisa ficou do mesmo jeitinho. Não me lembro o porquê mas acabei apagando alguns posts aqui durante os momentos que eu lembrava daqui.

Vergonha do passado é uma coisa que sempre tenho e sempre tento mudar minha visão sobre. É essencial, eu sei, te faz a pessoa que se é hoje, mas tem algo ai que me impede. Mudo de ideia poucas vezes, mas quando acontece ela é bastante drástica, uns anos atrás quando comecei o curso de psicologia, falavam de mudanças várias vezes, de opiniões, de estilos de vida, de caminhos para ir trabalhar, para lugares para comer, sair da rotina, tentar coisas novas, sempre tento exercitar esse lado meu, acabo caindo na rotina, mas há um esforço para o caminho da mudança, porque mudar faz tanta coisa com a gente, é bom experienciar.

Esses dias vi um documentário da Madonna, no que um ex-amigo muito próximo dela durante a infância e adolescência e uma ex-empresária da cantora não tem mais contato com a artista porque ela não gosta de olhar para o passado ou ter contato com aquilo ali que já passou. Achei rude e feio, mas segundos depois achei aquilo maravilhoso (dado o fato que jamais conseguiria fazer isso, embora eu tente bastante). O famoso move on, ou na tradução literal, seguir em frente, superar.

É uma coisa muito difícil para mim, superar lugares, memórias, pessoas, mudanças, sensações, sentimentos. Tem gente que demora alguns dias, eu sempre fiquei e ficarei impressionada, sempre torci para ser uma daquelas meninas frias que sempre cagaram e andaram para tudo e todos. Mas me importo demais (ênfase no demais), gasto energia demais em coisas pequenas e pensar como mudá-las, acabo ficando paralisada e não fazendo nada sobre aquilo, quando se há muitas opções, não conseguimos escolher com facilidade. Só funciono com opção 1 e opção 2, passou disso eu desespero.

Por falar em desespero, tenho lidado com muito com isso. É meu motivo inicial para voltar a escrever aqui.

uma nova amiga

Minha auto-estima nunca esteve tão baixa, mas nesses últimos dias eu percebi o quanto ficar sem falar com algumas pessoas, é tão… libertador.

Sim, aquelas pessoas que você deixa de fazer milhões de coisas para falar com ela, todo dia você tem alguma coisa para contar. É bom se desligar um pouco delas, mesmo não querendo, depois de um tempo ansiosa olhando no celular, eu pensei que eu realmente devia aproveitar esses dias sem (ess)as pessoas, então decidi passar o dia em casa vendo uma das minhas melhores amigas: Lorelai Gilmore.

Nada como uma noite rindo das piadas nonsense das meninas, percebi que tenho mais coisas em comum com elas do que eu imaginava.

Depois de terminar uma temporada, com muitas cenas de todo mundo tomando café – Lorelai e Rory são viciadas em café – eu vi o quanto eu queria um café, fiquei desejando um até a hora que eu dormi. Dia seguinte meu irmão foi tomar café depois de um programa, fui numa cafeteria com ele – uma espécie de Starbucks, já que aqui não tem um. Valeu cada gota, chegamos em casa, eu, ainda com café no copinho de papel, começamos a ver outra temporada de Gilmore Girls. E já começando a ficar triste, passamos da quarta temporada e a série tem apenas sete, realmente não quero que acabe (lá em casa, porque a série acabou em 2004).

sem título

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